Segundo Eudoro de Souza: "O Homem é aquele que se recusa a aceitar aquilo que gratuitamente lhe deram e lhe dão."
Mas o que é dado ao Homem?
É dado ao Homem um mundo; e a recusa deste o faz construir sua própria habitação.
"Tecnologicamente o Homem habita" - eis a verdade do Homem de nosso tempo.
A habitação é edificada pelo homem mediante a Verdade.
Mas há muito tempo que a Verdade tornou-se certeza.
A assertividade é uma questão que permanece muito longe da Verdade.
E esta "tecnologia de verdade" distorce não só a essência da Verdade, como também , a essência do próprio Homem.
A Verdade é uma construção humana e não tecnológica.
A técnica (technê) em sua origem não refere-se à exploração processual e pragmática de nosso mundo. Mas antes, é o fazer humano que acompanha a edificação de seu próprio habitar.
O mundo humano surge da ponte que o homem constrói (tecnicamente) entre a terra e o céu.
Este blog adota a posição de Heidegger:
O Homem tem sua essência preservada quando se põe em meio ao quadrado dos quatro:
Céu e terra, os homens e os Deuses.
Somente assim o julgamento da Verdade - ou melhor, A Verdade como julgamento - pode unir céu e terra em uma Relação do Homem para com os Deuses.
A habitação que o Homem edifica recorta a paisagem em uma Relação.
A técnica (e não o pensar tecnológico), portanto, é a atividade através da qual o Homem participa da Verdade em sua Relação com o Mistério.
A Verdade para o Homem é a edificação de sua habitação.
Por isso, encerro esta publicação oferecendo um título de um texto de Martin Heidegger para meditação:
"POETICAMENTE O HOMEM HABITA"
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