terça-feira, 17 de março de 2009

CALENDÁRIO ASTROLÓGICO

Adotar o estudo da astrologia não é procurar tornar-se um guru-esotérico ou um mago-vidente que pretende desvendar os acontecimentos do futuro.
Muito pelo contrário, adotar o estudo da astrologia é procurar participar do tempo presente de maneira “dialogal”.

A astrologia nasceu como um calendário, com o qual, diversos povos, acompanhando o movimento da lua e do sol, orientavam-se no tempo.
O tempo antigo, diferente do tempo de hoje, era um tempo cíclico. Este tempo era marcado pela revolução dos astros, que retornavam ao ponto de partida; mantendo, assim, o homem sempre perto da “origem”. O melhor exemplo para entendermos isso são as fases da lua:
A lua inicia seu ciclo na fase crescente, passando pela lua cheia, seguindo sua progressão para a fase minguante e finalizando seu percurso na lua nova. A revolução dos astros é o retorno ao princípio de seu próprio ciclo.

O tempo moderno adota um calendário arbitrário; ou seja, criado e iniciado pelo homem a partir de sua marca cultural no mundo, que se sustenta por correções matemáticas, e segue em uma soma ao infinito; ex: 2001, 2002, 2003 etc.
Não se trata, aqui, de menosprezar ou se desfazer da relevante marca inicial de cada tempo (judaico, cristão, islâmico, etc.), mas tenhamos em mente que todos estes calendários se apóiam, ajustam-se, ou mesmo corrigem-se através do transito dos astros – em especial o sol e a lua; ex: o calculo do ano bissexto.

Adotar a astrologia como medida de tempo (calendário) proporciona à consciência humana uma experiência de pertencimento e participação integrada ao universo. O calendário astrológico está em oposição ao tempo adotado pelo mundo atual.
Este calendário que nos orienta atualmente leva-nos a um distanciamento de nosso próprio mundo, chegando até ao limite de colocar o homem em uma franca guerra contra sua própria habitação – em sua ânsia de dominá-la e utilizá-la para seu próprio lucro e proveito.

O tempo cíclico da astrologia não é um tempo repetitivo, no qual sempre estaremos novamente no “mesmo lugar”, pois os astros nunca repetem sua configuração.
Assim, por mais que possamos encontrar, por ex., dois dias seguidos em que o sol esteja em peixes e a lua em sagitário, nunca será o mesmo tempo presente, pois, eles não estarão nos mesmos graus (medida de 0 a 30 em cada signo) de um dia para outro – criando assim, necessariamente, uma nova e diferente configuração.
Mas mesmo que no ano seguinte, possa por acaso, estarem o sol e a lua nos mesmos graus coincidentes; os demais astros não estarão ocupando o mesmo posicionamento do ano anterior (ou de qualquer data). E, com isso, teremos uma configuração totalmente única e singular. Sem qualquer repetição.
Já não podemos afirmar a mesma coisa do calendário de nosso tempo atual, que, distante da reverberação do significado inicial de suas datas festivas, sofrem de uma repetição linear (e não cíclica) das datas comemorativas do mercado – ex: dia das mães; dia dos pais; dia dos namorados; e, até o natal já significa somente o aquecimento do mercado em sua finalização de mais um ano.

Se podemos afirmar algo a respeito do tempo e sua relação com a consciência humana, é que o tempo nunca se repete. E é justamente isso que possibilita ao homem a abertura para uma disposição “dialogal”.
A astrologia dialógica é uma proposta de relação do homem para com seu tempo presente, na qual o homem não procura predizer ou assegurar um futuro, mas sim, abrir-se ao diálogo consigo e seu mundo, respondendo ao seu tempo presente de maneira harmônica, integrado ao universo. Sem ser diverso.
O tempo cíclico da astrologia nos permite mais facilmente conhecermos-nos como somos, seguindo em espiral, com suas gradações e continuidades de significados.

A astrologia como medida de tempo não mais tomará uma data arbitrária ao universo, como por ex. na formulação: dia 17 de março de 2009; mas sim, promoverá uma compreensão mais simbólica e criadora de sentidos dos dias que vivemos, que se desdobram para além de uma mera data burocrática e árida, que não ultrapassa o sentido do salário mensal.

Um comentário:

  1. João Paulo Wanderley19 de abril de 2009 às 15:43

    Profundo, e como faço para seguir esse calendário?

    ResponderExcluir